segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ensaio sobre o Nascer e o Crescer

Seria quase normal, quase natural. Se não fosse oscilante. Quantos homens são necessários para destruir um mundo ? Quanto tempo leva pra devastar um nação inteira edificada na memória familiar, afeição, prazer, comodidade e segurança. Em busca de apenas uma coisa. A coisa, uma coisa, nova coisa. Qualquer coisa.
Mas e essa qualquer coisa, oque é ? Resposta simples, fácil, e objetiva. Eu não sei. Você não sabe. Ninguém sabe. Só uma única coisa é certa. Ela é Tudo. Mas se ela não for Tudo, também não vai ser Nada.
Exijo apenas uma explicação, Deus. Por que o único fim é A Morte ? Por que pra acabar é necessário "desexistir" ? Porque o fim é reduzir a coisa ou nada ? Mas a coisa não pode ser reduzida ao nada. Porque a coisa é irredutível. "A Luta é desigual." dizia Clarice L. enquanto comia frango. Não adianta reduzir a coisa porque a coisa só pode ser reduzida a própria coisa. E quando a coisa deixa de existir, vira lembrança. e Passa a existir mas irredutível do que nunca.
Mas oque é a coisa. A coisa é minha. A coisa é sua. A minha coisa é o Crescer e o Nascer. Fui incumbido de matar pra sobreviver. Assim como você. E a minha vítima sou eu próprio. Preciso me suicidar, me fecundar e me parir. A primeira luta da vida humana é a mudança. Claro que cada ser humano tem sua luta particular e universal, mas a mudança é a única comum a todos. A minha luta andava lenta e inofensiva, porém ontem ela me perseguiu por cada canto da minha casa, hoje me ronda na noite, amanhã ela possui minha mente.
Ela é uma doença incurável, uma super bactéria, um câncer. Tenho duas opções: vegetar, apodrecer e morrer, ou me suicidar, morrendo para vencer a luta, renascendo da própria morte e vivendo com sequelas.
E essas sequelas ? Elas não serão nada além de mim. Passarei a viver como as sequelas me obrigarem, me adaptando a um novo mundo de condições e tendo como deleite as Memórias. As memórias da vida que foi, que tive, da nação inteira edificada na memória familiar, afeição, prazer, comodidade e segurança, que um dia eu transmitirei para um ser humano que um dia também ira se suicidar pra renascer. Seria quase normal, quase natural. Se não fosse oscilante.

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