A que ponto estarei eu, enfim, vivo para viver? E pronto para aprender? Viver é um mistério e eu me remeto a mim para desvendá-lo.
A vida é simples. Eu é que não sou. Não há controle do que se é e eu não escolhi ser assim. Eu simplesmente nasci, de resto, é culpa dos outros.
Não se vive aprendendo, se aprende aprende a viver, aceitando tudo para se preservar a vida. Escrevo de forma errônea porque não aprendi a escrever e estou aprendendo a viver. Não tive a grandeza de ser altivo e tive a baixeza de ter orgulho e com isso recolho as consequências.
Estou a plenos pulmões exigindo nova vida, pois vida nova é q não quero e a minha esta gasta e cansada. É noite e quero a renovação pela manhã. Quero a arte da traição, quero trair para não ser traído. Quero trair-me para que não me traiam. Quero trair a mim mesmo, quero ser estranho da minha entidade.
Quero levantar antes do sol e traí-lo por já estar acordado. Quero passar café enquanto bebo vinho. Quero matar uma galinha e oferecê-la aos pássaros.
...
Não quero viver. Fui longe demais com minha traição. Uma sombra negra caiu sobre mim e me recolho por ser tão falho. Agora não sou mais humano e tudo é intenso nessa vida. O assombro de comer carne é um insulto. Não quero me alimentar de carne pois não é assim que se vive. É assim que se morre. Quero ser enterrado quando bebê e nascer estrondoso e exuberante como uma planta.

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